Decorreu em Alpiarça no passado dia 20 de Março a acção “Limpar Portugal”. Praticamente sem meios financeiros, a iniciativa contou especialmente com a acção de voluntários.
O projecto teve origem na Estónia, onde em 2008 cerca de 50.000 voluntários limparam a floresta daquele País num só dia, contando com o apoio de meios financeiros provenientes de parceiros locais do projecto.
Os testemunhos dos organizadores nacionais e dos que participaram nesta acção dão-nos conta que se procurou apoios junto de empresas e de Câmaras municipais somente no aspecto logístico, não no aspecto financeiro. Calcula-se que em todo o País terão sido envolvidos cerca de cem mil voluntários, em mais de dez mil pontos previamente sinalizados, tendo sido recolhidas cerca de setenta mil toneladas de lixo.
A AIDIA associou-se à iniciativa, tendo participado com nove voluntários. Um dos pontos sensíveis da jornada cívica localizou-se no Paul da Gouxa, por se tratar de uma área onde se localiza uma das maiores concentrações de salgueiros-negral da Europa, uma árvore com o estatuto de protegida. Foi lá que a acção dos nossos voluntários se concretizou, acompanhando assim muitos outros que também lá se juntaram.
Foram dezenas, os Alpiarcenses que se associaram para limpar o concelho. O exemplo de altruísmo foi evidente. As toneladas de lixo recolhidas foram transportadas em veículos particulares e da autarquia para o aterro da Raposa. As condições de trabalho foram árduas, não só porque choveu sempre, mas também porque a quantidade de lixos foi enorme, estando algum dele já em decomposição, obrigando-nos ao uso de máscaras protectoras.
Muito se fez, mas muito ainda ficou por fazer, como se sabia à partida. O esforço de limpeza vai agora ser contrariado nos próximos meses pelos mesmos que não têm tido pudor em estragar o ambiente, descarregando os seus lixos particulares em sítios públicos muito sensíveis como o Paul da Gouxa. No entanto, acreditamos que a enorme força desta acção cívica exemplar possa perdurar e permanecer nas consciências, ajudando no futuro a mudar comportamentos e atitudes.
Tratou-se de uma acção de boas vontades, insuficiente se nada se fizer para criar condições para mudar as atitudes de falta de civismo. Uma das iniciativas que se deve tomar é levar esta temática às escolas, para que possa ser inscrita nos projectos educativos escolares. Da parte da AIDIA, o nosso representante no Conselho Geral irá colocar o tema em agenda para que o Agrupamento se possa eventualmente juntar aos que não aceitam que a falta de civismo continue.
Por outro lado, consideramos que o Município pode fazer um esforço para criar um local apropriado onde os munícipes possam ser convidados a depositar os seus lixos, que não possam ser depositados nos contentores, cabendo à autarquia o trabalho de os remover regularmente para o aterro.
A falta de civismo não é uma fatalidade. Da nossa parte continuaremos disponíveis para colaborar na medida das nossas possibilidades para criar um ambiente social saudável e propício à criação de uma consciência cívica que permita gradualmente acabar com este e outros comportamentos anti-sociais.
A Direcção da AIDIA
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